ANTONIO CARLOS ALVES DE ARAUJO PSICÓLOGO C.R.P. 31341/5- TATUAPÉ SP-SP TELS 26921958/ 93883296 RUA ENG. ANDRADE JÚNIOR 154

 

TIMIDEZ NA ABORDAGEM DE ADLER

Se pensarmos em termos da psicologia social nos

dias atuais, veremos que talvez o principal objeto de debate e reflexão seja a

"exclusão" em todos os níveis: econômico, social, psíquico e afetivo. Todos

buscam segurança econômica e emocional para fugir do temível fantasma acima

citado, que lança o indivíduo para uma condição de deterioração psicológica,

destruindo por completo sua autoestima. Percebam que a exclusão em nossa era não

tem apenas semelhança com pobreza material, mas é, sobretudo o afastamento de

coisas centrais da existência humana. Neste contexto citado se insere a timidez,

pois a mesma tem a essência da exclusão da pessoa no terreno das relações

interpessoais. A timidez tende a se tornar à exclusão das principais

esferas da vida, como por exemplo: prazer, sexo, amizades, segurança pessoal

dentre outros. Os descendentes diretos da timidez são a solidão e o orgulho. A

primeira se dá, visto que o indivíduo paulatinamente vai deixando escapar as

oportunidades de contato social, e o segundo não deixa de ser uma defesa que vai

se cristalizando a cada dia na pessoa, para que a mesma não sofra com o que

deixou para trás. O orgulho nada mais é do que a crença exacerbada no

individualismo, fazendo com que o indivíduo lance mão de todos os aparatos

materiais ou psíquicos apenas com o intuito de evitar pedir auxílio a uma outra

pessoa. Dessa maneira há um eterno reabastecimento nesse binômio

timidez-orgulho, pois um não vive sem o outro. ALFRED ADLER, psicólogo

pioneiro da psicologia social, afirmava que o tímido não era apenas uma figura

orgulhosa, mas, sobretudo egoísta, pois seu constante silêncio e omissão tinham

como meta apenas o receber e nunca a doação de si mesmo para a comunidade. ADLER

chamava de "arranjo psíquico" qualquer tentativa psicológica de substituir uma

necessidade por outra, sendo que quase sempre esse processo é terrivelmente

neurótico. No caso do tímido há uma troca do pavor da rejeição pela exclusão

afetiva e social, mais fácil de ser tolerada segundo o psiquismo da pessoa. Se

ainda continuarmos fazendo a analogia da timidez com a exclusão, logo

descobriremos outro sentimento sempre presente: o ódio. Assim como

alguém despojado das condições mínimas de existência nutrirá rancor pela

sociedade, o tímido desenvolve processo similar, pois sabe que está excluído de

várias situações de satisfação e prazer. Seu ódio se manifesta não apenas em seu

retraimento, mas principalmente em sua resistência de vencer essa barreira, fato

observado diariamente na prática da psicologia clínica. A raiz desse ódio é a

impossibilidade do conformismo de não se obter as coisas mais importantes da

vida: amor, reconhecimento e a certeza de ser principalmente uma pessoa que

sempre fará falta. Na verdade o narcisismo exacerbado em nossa sociedade através

do status, poder econômico e prestígio, tem na timidez e retraimento seu

correlato, pois ambas acabam tornando a pessoa no mínimo "excêntrica" como dizia

ADLER, atraindo poder e atenção através de formas dissimuladas, pois não nos

esqueçamos que o barulho e o silêncio sempre de alguma forma atuam de forma

intensa em nossa personalidade. A timidez em vista do exposto acima

passa a ser a cristalização de um processo contínuo de neurose, devido a não

participação. Qualquer pai ou educador sabe da importância da integração de uma

criança no contexto da escola e sociedade, sendo que a própria timidez é

encarada muitas vezes como um indício de um comprometimento mais sério da

personalidade, fazendo com que os responsáveis pela criança procurem orientação

médica ou psicológica. A desconfiança de que a criança tímida é portadora de

algo mais sério, não deveria ser tratada como um sinal de doença mental, mas,

sobretudo um indício do futuro da personalidade de um indivíduo, que irá se

caracterizar sempre pela "fuga das situações de prova", como dizia ADLER. O

tímido insiste na derrota inicial ao invés de fracassos no decorrer de sua

atuação social, o que faz do mesmo uma pessoa incrivelmente arrogante e

ambiciosa, pois jamais convive com a idéia de que outros sejam testemunhas de

seus infortúnios. Sua recusa em viver esconde seu despreparo para qualquer tipo

de perda. A transformação do quadro acima descrito, apenas se dará

quando o tímido abrir mão de suas defesas e tomar a responsabilidade para si de

todo o processo, evitando a passividade que nada mais é do que uma tentativa de

forçar com que os outros lhe provenham suas necessidades, e finalmente investir

principalmente no elemento humano, através do contato interpessoal, e não no

escapismo da televisão, videogames ou computadores conectados.

DEPRESSÃO (ASPECTOS PSICOLÓGICOS DA ENFERMIDADE SEGUNDO A ABORDAGEM

DE ALFRED ADLER). "A essência máxima da tristeza é uma ficção mental

de que alguém poderia ser feliz num projeto estritamente privado" - ALFRED

ADLER- PSICÓLOGO. Nos termos da psiquiatria, a depressão se caracteriza

por uma profunda tristeza acompanhada de sentimentos de desamparo e baixa

auto-estima. A segurança pessoal do indivíduo fica debilitada, e o mesmo pensa

que ninguém é capaz de lhe prover ajuda. Há um comprometimento em quase todas as

esferas da existência: emocional, fisiológica, comportamental e social. É comum

também a auto-recriminação, sendo que o deprimido se considera uma pessoa

insuportável para conviver com os demais semelhantes. O objetivo deste

estudo é enfocar principalmente os aspectos psíquicos da depressão, abstraindo

quaisquer considerações orgânicas e químicas acerca da síndrome citada. A

depressão bem como o transtorno do pânico se tornaram talvez as principais

afecções psicológicas de nossa era. Nenhum outro abalo psíquico consome tanto

sofrimento e dispêndio medicamentoso como os acima citados. Se continuarmos

nessa linha de raciocínio social, chegaremos a conclusão primeira de que a

depressão é o reflexo de nossos tempos pela absoluta falta de investimento

social e nos relacionamentos humanos em geral. Nossa vida baseada no egoísmo e

individualismo expõe através do sintoma da depressão, a faceta mais cruel de um

estilo de vida deturpado e carente de um sentido mais amplo. Quase todos

nós traçamos diariamente um planejamento de satisfação apenas individual, e a

depressão insiste em nos revelar que a plena gratificação só se realiza quando

estamos profundamente ligados a alguém, sentindo a proximidade, companheirismo e

principalmente cooperação. Como o deprimido falhou ou insiste em não vivenciar

os sentimentos acima citados, força com que os outros o amparem e lhe estimulem

o tempo todo, alegando não ter forças ou vitalidade para a consecução de

determinadas tarefas. Essa é a maior armadilha que o deprimido utiliza

constantemente, sendo que sua doença serve para manter uma espécie de seguro no

qual as pessoas sempre estarão preocupadas com o mesmo, saciando dessa forma não

apenas suas carências afetivas, mas, sobretudo seu desejo de poder sobre os

demais, embora o depressivo sempre negue tais afirmativas. Se

aprofundarmos nossa ótica psíquica logo descobriremos que a depressão encobre um

sofrimento muito mais sério, que é a solidão. O deprimido como dizia o psicólogo

ALFRED ADLER, fez uma espécie de "arranjo", sendo que é preferível a tristeza,

fadiga, tédio e pobreza psíquica, do que o tormento de sua terrível solidão

pessoal e existencial, aliadas ao temor de novas frustrações pessoais caso tente

algum novo contato social. Para o deprimido é muito mais cômodo o sofrimento de

seus sintomas habituais do que o risco de novas decepções. Buscar ou acreditar

numa relação de profunda troca é o mesmo que procurar o "SANTO GRAAL", pois seu

profundo temor interno lhe transformou num ser não apenas cético, mas

absolutamente intolerante, impaciente e desconfiado no tocante as relações

humanas. Nesse ponto podemos fazer uma dura crítica a questão medicamentosa como

forma de tratamento dos estados depressivos. É mais do que óbvio de que

determinados quadros de depressão grave requerem o uso de ansiolíticos ou

antidepressivos, visando a melhoria da qualidade de vida do paciente. Porém, o

uso indiscriminado de medicamentos que assistimos diariamente só encobrem as

questões existenciais citadas anteriormente. Há um bom tempo vivemos na

sociedade descrita por ALDOUS HUXLEY em seu livro "ADMIRÁVEL MUNDO NOVO", onde

uma droga chamada "soma" aliviava todos os conflitos psíquicos. Da ficção para

nossa tenebrosa realidade, acompanhamos determinadas pessoas se desacreditarem

totalmente de si próprias e de seu potencial, buscando apenas o alívio imediato

no uso dos mais variados psicotrópicos. Se essas drogas à venda no mercado

servem apenas para mascarar nosso fracasso e medo de nos sensibilizarmos, então

ocorreu uma troca de valores, sendo que a própria psicose se torna a saúde, e os

métodos de intervenção a essência da doença. A grande verdade do século

XX é que o ser humano não estava habilitado a vivenciar a angústia da solidão. O

projeto do individualismo passado pelos meios econômicos e educacionais

acarretou um preço exorbitante em termos de saúde psíquica. Qualquer tipo de

droga lícita ou não, apenas será menos consumida quando a prioridade absoluta

for à relação humana como um todo. Nenhuma ação repressiva será capaz de abafar

a insatisfação humana, e parece que essa lição ainda não foi aprendida por

qualquer autoridade mundial. Enfim, a depressão é a representação máxima

da despotencialização, é a recusa constante do prosseguir, buscando a fixação

num estilo de vida de limitação existencial e rebaixamento emocional, evitando

sempre o que seria uma dor maior. O deprimido com o decorrer de seu processo

passa a odiar aquilo que talvez seja uma de nossas maiores dádivas: a potência

em todos os sentidos. Se há um ponto inalterado na observação psicológica acerca

de uns cem anos, é a utilização da enfermidade para a obtenção do privilégio do

não enfrentamento das provas diárias de nossas vidas. Sempre é muito mais cômodo

reproduzir o caos social em nosso psiquismo, do que criar e trocar com outros

aquilo que temos de especial, e infelizmente o que é o "melhor", sempre acaba

sendo reprovado na hora da comunhão profunda . ALFRED ADLER:

PSICÓLOGO CONTEMPORÂNEO DE FREUD, CRIADOR DA PSICOLOGIA SOCIAL, SENDO QUE

DESENVOLVEU OS CONCEITOS DE : COMPLEXO DE INFERIORIDADE E SUPERIORIDADE. PARA O

MESMO, TODA E QUALQUER NEUROSE ERA UM SUBPRODUTO PSÍQUICO DOS CONFLITOS SOCIAIS

E ECONÔMICOS NO ÂMBITO DA MENTE. BIBLIOGRAFIA:ADLER, ALFRED: O CARÁTER

NEURÓTICO: EDITORA PAIDÓS 1934

 

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